quarta-feira, 12 de março de 2014

Conta aí: Aviso aos navegantes e viajantes

Por Jéssica Costa*


Aviso aos navegantes (que ainda estão com sua nau atracada em mares lusos, mas em breve atravessarão o Atlântico novamente): o retorno não é fácil.


O vazio da falta eu sabia que estaria aqui. Mas, não fui avisada desse sentimento de não-pertencimento que toma conta da gente. Ninguém me contou que chegando em casa eu não conseguiria distinguir a chave do portão, ou que eu estranharia o fato de só haver uma maçaneta no chuveiro.

É uma sensação estranha essa de viver uma vida que parece não ser mais a sua. Confesso: é perturbador (pra não dizer desesperador) não reconhecer mais o seu lugar no espaço. É como se desde então eu tenha a capacidade de me adaptar a qualquer lugar, a vivenciar o que quer que venha pela frente, a tornar todo problema menor do que de fato ele seja. Hoje sou outra mesmo sendo a mesma. No presente momento, estou aguardando o tempo me mostrar que ter as raízes no ar é mais divertido do que superficial.

Como palavra de conforto, digo: ainda é possível encher a cara de requeijão. Existe o Street View para revisitarmos a rua onde moramos, aquela praça que ficou coberta de folhas no outono, o rio que favorecia caminhadas contemplativas e mergulhos dentro de si.


E mais: existe Oreo no Bahamas.


*Jéssica Costa é aluna do curso de História da Universidade Federal de Juiz de Fora e realizou intercâmbio acadêmico em Coimbra durante seis meses. Aqui, ela conta como é a vida universitária na cidade.

**Quer saber mais sobre as sensações de se voltar para casa após viver em um universo paralelo? Aqui eu narro como foi a minha volta ao Brasil depois de seis meses morando em Porto.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Conta aí: New Orleans – Um lugar diferente na terra do tio Sam

Por Edgar do Amaral Santos*

Riverwalk - Foto:  Amanda Siworae


New Orleans (NOLA, de New Orleans e LousianA) é uma cidade única na história dos  Estados Unidos. Desde sua origem, em 1718, ela foi marcada por diversos fatos que fazem dela um lugar bastante diferente do restante do país. Não somente por sua história, mas também pela imensa diversidade cultural e linguística. Foram inúmeras colonizações de povos diferentes, como os espanhóis e franceses, e posteriormente, a americanização de toda a cidade


French Quarter - Foto:  Amanda Siworae



French Quarter - Foto:  Amanda Siworae


Mas por que New Orleans é tão famosa? 


São tantas as respostas que não dá pra definir a cidade com apenas uma. E o Jazz?! O Jazz nasceu em New Orleans, quando instrumentos musicais europeus foram misturados com instrumentos musicais africanos, originando uma combinação bastante diferente e exótica. Além disso, New Orleans é também conhecida musicalmente por seus “Jazz funeral”, que acontecem quando alguém famoso morre e uma banda acompanha o caixão tocando músicas tristes na ida para o cemitério e músicas alegres na volta. Bons lugares para ouvir jazz se encontram na Frenchmen Street, localizada no French Quarter – um bairro no centro da cidade com casas de arquitetura bastante diversificada (francesa e espanhola, principalmente.



Frenchmen Street - Foto:  Amanda Siworae


New Orleans ficou muito famosa também por causa do Furacão Katrina, em 2005, que devastou uma boa parte da cidade. Mas ela se reergueu e continua ainda um excelente lugar pra se viver ou até abrir negócios.

Como andar em New Orleans? 


Transporte público é bem bom, especialmente durante os dias da semana. Passe diário ilimitado por  US$ 3 dólares, super vale a pena. Taxi é meio caro e cheio de pilantras, hahaha. A cidade conta com ônibus e alguns street cars (bondinho), que são ótimos. O passeio interessante no bondinho é pela St. Charles Avenue, onde as casas são imensas e super tradicionais.


Street Car


St. Charles Avenue


Baladas em New Orleans


Bom, vamos falar de coisas boas né! A melhor rua da cidade pra sair e PIRAR é a Bourbon Street, no French Quarter. Tem muitos bares e dance clubs, além de lojas de souvenires intercaladas com puteiros. Eu disse puteiros (Strip clubs)? Sim! Muitos, vários. Pra entrar nos bares não se paga, então se cansou da música de um, partiu pro próximo. Perto da Bourbon, tem um casino que tem uma balada ótima, o Harrah’s (Não paga pra entrar!!) Além desses lugares, tem diversos outras ruas com muitos bares, como a Magazine Street. Muitos restaurantes bons e baratos e muitos bares.

Bourbon Street



Casino Harrah's

Em NOLA tem o Mardi Gras, que é “semelhante” ao carnaval nosso. Tem muitos desfiles, carros alegóricos e fantasias. Tem a famosa distribuição de beads, que são colares. Dá-se o colar pra mina e, se ela quiser, mostra os peitos no meio da rua. Pro cara, pode ser que ele mostre o pinto, hahaha! Hilário.

Desfile de Mardi Gras


Cultura em New Orleans


NOLA tem bons museus também, pra quem gosta de programa cult. Tem o NOMA (New Orleans Museum of Art) localizado no City Park, WWII – world war 2 museum, Mardi Gras museum, além de um insetário, aquário e zoológico. Todos são muito bons, especialmente a coleção do NOMA.

New Orleans Museum of Art

Pra quem gosta de passear, andar a toa, recomendações são o City Park (um dos maiores parques dos Estados Unidos), o Audubon Park (que fica na parte rica da cidade), Louis Armstrong Park, além do Riverwalk ao lado do rio Mississippi bem no French Quarter e o The Fly Avengers Park – pra ver o pôr do sol mais bonito da Louisiana!


City Park


Audubon Park


The Fly Avenger Park


New Orleans é, sem dúvida alguma, uma das cidades mais fantásticas que existe nos Estados Unidos. A vibe da cidade é muito acolhedora, existem TODAS as tribos e sempre há espaço para alguém mais. A música contagiante em todas as esquinas da cidade te puxa pra dançar, pra sorrir. 

Recomendo mil vezes!


*Edgar do Amaral Santos é estudante de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente, ele está realizando intercâmbio acadêmico, pelo Ciências Sem Fronteiras, na University of Arizona, em Tucson, nos Estados Unidos, onde permanecerá por um ano e meio.

**Colaboração: Amanda Siworae

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Conta aí: O Brasil sob os olhos de uma norte-americana

Por Rebekah Wiles*



Eu fiquei cinco meses em Juiz deFora (MG) e queria fazer algo para mostrar minha satisfação com o país e com a minha experiência. Eu enfrentei alguns problemas durante meu intercâmbio, mas eu já cansei de me focar neles. Em vez de lamentar os defeitos e as falhas que possuem alguns brasileiros (e o Governo), eu me lembrarei das coisas maravilhosas que o Brasil oferece. O texto a seguir é uma breve lista dessas coisas, mas não chego a citar todas. Precisaria de muito tempo para completar a lista, e eu também tenho que estudar hoje. Por favor tenham paciência com o meu português. Eu ainda estou aprendendo, mas estou me esforçando!

Padarias do Brasil


Em cada esquina tem uma delas. É tipo um café onde se vendem vários salgados, a maioria dos quais eu não posso comer porque eu sou vegetariana, mas eu adorei o pão de queijo. Minas Gerais é conhecido pelo seu queijo Minas, que é saudável e gostoso. Além de queijo, tem bolo de cenoura, bolo frito, brigadeiro e muitas outras delícias, sem mencionar o café forte e saboroso daqui.

Requeijão: Têm duas opções de produtos lactais no Brasil. Alguns preferem o cream cheese americano (Philadelphia) e outros preferem requeijão. Eu vou resolver o debate agora: requeijão é melhor, simplesmente. Bem, bem melhor.




Dança no Brasil


O brasileiro tem um ritmo impressionante e belo. Adorei todos os estilos de música que o Brasil oferece, tipo forró, sertanejo, e também gostei do jeito que o brasileiro curte a música estrangeira, tipo rock, reggae e rap. A alma brasileira é baseada no conceito que “quem sabe sambar sabe amar”. E os brasileiros sabem.




As praias do Brasil


O paraíso por excelência: chinelos, biquínis e a areia. O sol brilhante beija a pele morena enquanto a brisa e as ondas resfriam o calor.

Água de coco gelada: a melhor coisa para tomar no dia quente de verão. É cheia de vitaminas, então satisfaz a sede e a fome enquanto alivia o calor.




Cachaça


É o álcool brasileiro, feito com cana de açúcar. A bebida típica do Brasil é a caipirinha, que é feita com limão, cachaça e açúcar, mas eu prefiro uma versão alterada. O problema com a caipirinha é o açúcar, que me faz beber rápido demais e passar mal. Eu prefiro diminuir o açúcar ou eliminá-lo da bebida e colocar uma fruta doce, tipo morango ou abacaxi. Vários brasileiros me falaram que fica mais gostoso do que a caipirinha. Eu vou ter que trazer muita cachaça comigo para fazer uma bebida que eu inventei para meus amigos nos EUA.



Artesanato


Cada esquina, cada parque na cidade tem seus hippies vendendo artesanato. Podem ser brincos, jóias, sabonetes ou bonequinhos feitos da folha de palmeira. São lindos e baratos e servem bem para um presente ou uma lembrança do Brasil. Vários amigos meus vão receber artesanato quando eu voltar para os EUA.



Pássaros do Brasil


Uma das primeiras razões que me fez querer vir para o Brasil foi para conhecer a diversidade dos pássaros daqui, e ela não desaponta. Um pássaro que é muito comum aqui é o Bem-te-vi, ou Pitangus sulphuratus em latim, que é lindo demais.


Foto: Abraão Calderano

 Minha observação mais emocionante foi da espécie Tangara cyanoventris. Olha que bonito.




  
Capivara: O maior roedor do mundo. Adorei =)




Beijos


Os brasileiros são carinhosos e gostam de se beijar para saudar.  As mulheres usualmente beijam quando apresentam novas pessoas ou velhos amigos. Eu não gosto que os homens não beijem tanto como as mulheres. Eu não gosto de discriminação entre os sexos. Ainda assim, eu adoro beijos e gostei da oportunidade dar e receber tantos aqui.


Então, espero que vocês gostem. Deixem seus comentários lá em baixo. É só isso. Não tem mais jeito. Acabou. Tchau! Mil beijos!


* Rebekah Wiles é de Houston e morou cinco meses em Juiz de Fora. Ela é aluna do curso de Biologia do Colorado College, na cidade de Colorado Springs.   

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Centro de Arte Contemporânea Inhotim - Brumadinho



A minha dica de passeio de hoje não é uma cidade, mas é quase isso. É simplesmente o maior centro de arte contemporânea a céu aberto do mundo!!! Um museu recheado de cultura e diversão e cercado por um majestoso jardim botânico. O Instituto Inhotim abriga 22 pavilhões e galerias, com mais de 500 obras de mais de 100 artistas de 30 países (ufa!): instalações, esculturas, desenhos, fotos e vídeos que chocam, encantam e estimulam a participação do visitante. Ele está localizado na cidade de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte.

Eu conheci o museu em uma excursão propiciada pelo meu estágio na assessoria da Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos da UFJF. Saímos de madrugada de Juiz de Fora e gastamos cerca de 3h para chegar ao Museu. Ficamos o dia todo no local e foi ótimo.

O interessante de Inhotim é que a reação das pessoas é sempre a mesma, de DESLUMBRE. Impossível não ficar maravilhado com as belezas naturais do lugar e com as incríveis obras que te instigam a interagir com elas.

No museu, há as exposições permanentes e as temporárias, além de um Jardim Botânico. Como faz menos de um ano que fui lá, as exposições temporárias ainda são as mesma, pois elas são trocadas a cada dois anos.

Neste post, narro a minha visita ao museu, o que eu vi e senti nesse encantador lugar.




A primeira coisa a se fazer ao entrar em Inhotim é pegar um mapa. Para conhecer todo o museu são necessários, no mínimo, dois dias inteiros. São muitas exposições e, se você não tiver dois dias disponíveis, o mapa te ajudará a priorizar o que você deseja ver e agilizar a visita, podendo assim conhecer mais coisas em menos tempo.

Como eu disse antes, são muitas obras e o acervo é enorme, então, vou destacar as exposições que me chamaram mais a atenção, começando com o ...

True Rouge, de Tunga, 2007


Na obra, Tunga mistura redes, madeira, vidro soprado, pérolas de vidro, tinta vermelha, esponjas do mar, bolas de sinuca, escovas limpa-garrafa, feltro e bolas de cristal, que pendem do teto, unidos por estruturas interdependentes. Esses objetos aludem a um grande teatro de marionetes: uma escultura de manipulação, que, se valendo da gravidade, não chega, contanto, a tocar o chão. Tunga tenta ultrapassar os limites entre ciência e fantasia.

True Rouge


By Means of a Sudden Intuitive Realization, Olafur Eliasson, 1967-1996


A obra consiste em um iglu de fibra de vidro, água, iluminação estroboscópica, bomba d’água e plástico. Elemento comum na paisagem islandesa, o iglu é utilizado para cobrir as muitas nascentes de água quente que constituem a maior fonte de energia natural na ilha nórdica. Mas, em vez de uma nascente, o artista nos apresenta um jogo simples de luz e água, no qual, iluminada por emissões rápidas de luz, a água jorra continuamente surgindo diante de nossos olhos como gotas de cristal suspensas no ar. Este efeito do tempo, inerte por uma fração de segundo, é algo que acontece em nossa percepção e imaginação. Um aviso: se você tem problemas de claustrofobia, não entre!


Exterior do "iglu"

"Nascente"


Gui Tuo Bei, Zhang Huan, 2001


Na cultura chinesa, monumentos monolíticos carregados por uma tartaruga são comuns em lugares sagrados e espaços públicos, servindo como fonte de contextualização histórica do local e simbolizando poder político ou religioso. A tartaruga representa longevidaderesistência e solidez, daí sua presença em tais monumentos. 

Gui Tuo Bei

Bem, essas foram as exposições que mais me chamaram a atenção nesse primeiro momento. Depois, chegou a hora do almoço e reunimos todo o grupo para fazer um piquenique na entrada do museu. Há também a opção de almoçar em um dos três restaurantes internos. São o Tamboril, Oiticica e o Bar do Ganso, com opções de a la carte ou a quilo.

Nesse intervalo, aproveitamos também para trocar de roupa, pois estávamos de calça jeans em um intenso calor.


Troca-Troca, Jarbas Lopes, 2002


Essa exposição é uma graça. São três fuscas coloridos, com latarias permutadas entre si. Um sistema de som interliga os três carros. Os fuscas encontram-se ocasionalmente parados, mas prontos para dar partida em seus motores. Eles já chegaram a ir do Rio de Janeiro à Curitiba. As viagens, o compartilhamento de experiências, o movimento estão em constante evidência no trabalho de Jarbas Lopes.


Troca-troca


Forty Part Motet, Janet Cardiff, 2001


É uma instalação sonora em 40 canais, com duração de 14’7’’, cantada pelo coro da catedral de Salisbury. É uma experiência indescritível essa obra. Chega a ser tocante, despertando em nós sentimentos que nem sabíamos que estávamos sentindo.  Na instalação, a artista usa um alto-falante para cada voz, o que permite ao espectador ouvir as diferentes vozes e perceber as diferentes combinações e harmonias à medida que percorre a instalação.

Forty Part Motet

  

Rodoviária de Brumadinho, John Ahearn e Rigoberto Torre, 2005


Nessa obra é usado tinta automotiva sobre fibra de vidro.  O mural escultório representa a estação rodoviária de Brumadinho e as pessoas que passam por ela. Um lugar que é, não apenas um terminal de transporte, mas também centro de vida social, pois nele se apresentam grupos de danças populares

Rodoviária de Brumadinho


Também fomos em uma exposição muito divertida, só que não lembro o nome e a explicação. Mas é composta por um colchão com muitas bolas onde é possível o visitante brincar e se divertir pulando no colchão.

Para finalizar a visita, fomos convidados a fazer a nossa arte/pintura para deixar exposta no mural. Olha a minha obra prima contemporânea (risos):



Enfim, são muitas obras fantásticas. As que expus aqui são apenas as que me lembrei de fotografar. Mas há muitas outras as quais eu me maravilhei.

O museu funciona de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30 (ou seja, fecha cedo). Nos sábados, domingos e feriados, o horário de funcionamento se estende até às 17h30. Na segunda-feira, o local fica fechado. Para entrar, de quarta a quinta-feira a taxa é de R$ 20,00. De sexta a domingo e nos feriados, é preciso pagar R$ 30,00. Na terça-feira a entrada é gratuita. Crianças menores de 5 anos não pagam em nenhum dia. Há no parque carrinhos elétricos para transporte interno, que custam R$ 20,00. Mas a graça está em encaminhar entre as árvores e a natureza desse grande parque/museu.


Vale a pena conhecer Inhotim!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Conta aí: Road Trip Califórnia - San Francisco Parte 2

Por Érick Nogueira*

Terceiro dia em San Francisco


Neste dia programamos o passeio de bike pela Golden Gate. O dia estava lindo. Fomos de Bondinho até o Píer 39 para alugar as bikes. Não é um passeio barato, mas vale muito a pena. Gastamos em torno de US$ 35,00 para usar a bike o dia todo. Do píer 39 até a ponte, foram várias paradas para fotos.





O destino foi Sausalito. Um charme de cidade que fica do outro lado da ponte. A altura da Golden Gate impressiona. Por conta disso, o número de suicídios por ali é grande.





 Em Sausalito, almoçamos no Fish. Comemos um peixe ótimo e tomamos chopp no copo de requeijão. Não é uma cidade barata. Gastamos para comer e beber por ali em torno de US$ 40,00. Podemos dizer que Sausalito é como Búzios da Califórnia.








Coloquei a minha capa de chuva para proteger do vento e seguimos em pedalada até o Ferry que nos levou de volta à San Francisco. Após às 15:30 não é permitido mais voltar de bike pela ponte.

Perdemos os Ferry das 18:10 e então pegamos o último às 19:20 horas. O ticket para a travessia custa US$ 10,25. Porém, esquecemos que a loja da bike fechava as 18:30, então precisamos ligar lá para pegar um código que abria o portão da loja. Isso mesmo... eles confiam tanto nas pessoas que você abre a loja e guarda a bike. Como não tínhamos plano de telefone, um senhor simpático nos ajudou e fez a ligação do seu próprio celular. A volta pelo Ferry, rende boas fotos noturnas de San Francisco.



Eu e Rafa voltamos para o Hotel. Neste dia, o Dyego, que eu conheci através do site mochileiros.com, já estava na Califórnia. Neste site, é possível postar o seu roteiro e pedir sugestões para os demais usuários e procurar companhias para viajar. Funciona como uma rede social.

Falamos com o Dyego pelo facebook e ele foi até o nosso hotel pra tomarmos uma vodka com energético antes da balada. Saímos nós três bem alegres já. Quando chegamos no corredor do andar, havia uma senhora americana. Eu vou e solto um “boa noite” em português. Para que eu fiz isso?! Todo mundo começou a rachar dentro do elevador, a mulher ficou super constrangida, mas ninguém conseguia parar de rir.

O Dyego tinha conhecido mais cedo o Thiago. Eles estavam hospedados no mesmo hostel. Então passamos por lá para chamar o Thiago para sair. O Thiago estava se preparando para cruzar os EUA de ponta a ponta de carro. Então convidamos ele para viajar com agente pela costa da Califórnia e Las Vegas... E ele topou! A turma estava formada! Foi ótima a baladinha...



Depois da baladinha, fomos comer no Cafe Mason. Uma excelente opção 24 horas por dia. Aliás, comemos ali algumas vezes durante os nossos dias em San Francisco. Pratos deliciosos que variam de US$ 10,00 a US$ 20,00.

Último dia em San Francisco


Acordamos por volta das 10 horas da manhã, pois compramos o ticket da Ilha de Alcatraz. Outro passeio imperdível. O ingresso custa US$ 30,00 com o áudio em português. Não deixem de comprar o áudio. É incrível! A ida e volta é de barco. É extremamente indicado comprar o ingresso da Ilha de Alcatraz no início do planejamento da sua viagem. Os ingressos esgotam-se!





Alcatraz foi inicialmente usada como base militar pelos americanos. Somente mais tarde virou a conhecida prisão de segurança máxima, onde estiveram presos os maiores criminosos dos EUA na época como Al Capone. O passeio é sensacional!





 O nosso almojanta foi no Bubba Gump Shrimp do Píer 39. Para quem não conhece, o Bubba Gump é semelhante ao Outback. Porém, a especialidade é frutos do mar. Várias opções de comida que custam em torno de US$ 20,00. Pedimos uma cerveja enorme e ganhamos um copo lindo.

No dia seguinte, acordamos cedo e fomos até o aeroporto buscar o carro que alugamos para começar de fato nossa road trip. Como estávamos em quatro pessoas, fomos de táxi por US$ 12,50 para cada. Como disse no post Road Trip Califórnia - San Francisco Parte 1, este trajeto de metrô do centro de San Francisco até o aeroporto custaria US$ 8,25.


Enfim, este foi o meu roteiro de quatro dias em SF. Espero que gostem das dicas! Já já vem aí um novo post sobre a Highway 1 com as dicas e fotos da parte mais bonita da Califórnia!!! 

See you!

*Érick Nogueira é gerente de relacionamento no Banco do Brasil. Graduado em Turismo, apesar de não exercer a profissão, Érick utiliza seus conhecimentos nas milhares de viagens que faz pelo mundo. 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Conta aí: Road Trip Califórnia - San Francisco Parte 1

Por Érick Nogueira*

                            

Olá pessoal! Vou contar para vocês como foi a minha road trip pela Califórnia e Las Vegas. Ficamos 5 dias na simpática San Francisco, 3 dias dirigindo pela Pacific Coast Highway (mais conhecida como Highway 1) no litoral da Califa, 3 dias na gigante Los Angeles e 4 dias em um outro mundo chamado Las Vegas!

Bom... Vou começar com algumas considerações gerais e dizer porque eu amei este lugar chamado Califórnia:

·Lá existe qualidade de vida. As pessoas praticam atividades físicas, cuidam do corpo e da aparência.
·Ao contrário da maioria das cidades americanas, na Califórnia come-se muito bem. Nos 17 dias de viagem, comi apenas 1 sanduíche. E mesmo assim não foi um Mc Donald's ou um Burguer King. Foi O Sanduíche da minha vida. Eu e a Rafa conseguimos manter uma dieta equilibrada com carnes, vegetais, legumes e salada. Tudo muito gostoso.
·Os californianos são os americanos mais simpáticos que já conheci. Eles conversam, explicam, tratam bem os turistas, são sorridentes e tentam sempre ajudar. Quando chegamos de bike em Sausalito, uma senhora usou o seu smartphone para nos informar onde era o restaurante que estávamos procurando. Enfim... são ótimos!
·A Califórnia é um estado liberal com pessoas modernas de mente aberta. Principalmente nas grandes cidades (San Francisco e Los Angeles). Você pode se vestir do jeito que quiser, ouvir o seu estilo de música preferido, ter um cabelo colorido, andar de mãos dadas com o seu namorado (a) gay... Eles não tem qualquer tipo de preconceito e aproveitam a vida como ela é. Muitas vezes você pode ver ou sentir as pessoas fumando maconha nas praças e parques da Califórnia. Sim! Isso é muito normal. A maconha é liberada para uso medicinal.
·Trata-se do estado mais rico dos EUA e muito moderno. Pessoas modernas!
·As melhores festas, shows, feiras acontecem na Califórnia.

Ida São Paulo x San Francisco


Sai de São Paulo com destino à San Francisco no dia 1 de Novembro por volta das 22 horas. Peguei a passagem na TAM usando milhas do cartão de crédito. Como emiti com uma certa antecedência (junho), consegui uma super promoção. Apenas 50 mil milhas (25 mil cada trecho).

O vôo durou aproximadamente 9 horas. Enquanto esperava o jantar, assisti um filme e  tomei uns vinhos. Em seguida 2 Dramins me ajudaram a dormir por quase toda a viagem. Cheguei novo em NYCFiz uma escala de aproximadamente 2 horas em New York para então pegar o vôo para San Francisco. Achei que o tempo seria suficiente, mas esqueci de uma coisa chamada imigração. Como chegaram vários vôos mais ou menos no mesmo horário, a fila para ter o passaporte carimbado estava enorme. Eu já tinha me conformado que perderia o meu vôo para San Franciso, até que eu consegui desenrolar a situação com uma funcionária da imigração e ela me passou na frente de umas 400 pessoas. Falei que tinha um casamento de um amigo em San Francisco às 8 pm. Rs

Na imigração apenas uma pergunta: o que você faz no Brasil? Thank you! I'm in the USA again. Sai correndo para pegar o Airtrain que circula por todos os terminais do aeroporto JFK. Quando cheguei no embarque do vôo da United, eles já estavam falando o meu nome no Last Call. Quase perdi o vôo. Ufaaa!

Foram mais 5 horas dentro do avião, escutando música e vendo filme, para chegar em San Francisco. O fuso horário lá é muito diferente do nosso (6 horas a menos). O clima estava ótimo, em torno de 20 graus Celsius.

Estou na Califórnia...

Primeiro dia em San Francisco


Era um sábado e a minha reserva no hotel só começava no domingo (quando a Rafa chegou). Então nesse primeiro dia fui para um hostel – HI San Francisco. Nada de taxi do aeroporto para lá! Melhor pegar o trem que custou US$ 8,25 do que um taxi que iria ficar em mais ou menos US$ 50,00. Em aproximadamente 40 minutos eu estava desembarcando no centro da cidade.

O hostel era bem legal. Limpo e com preço justo. Fiquei num quarto compartilhado para 4 pessoas. Paguei US$ 30,00 na diária. No meu quarto tinham dois meninos da Costa Rica que estavam em um congresso e um senhor colombiano que era a cara do Chaves e estava trabalhando em um show. Como fiquei apenas um dia neste hostel, não fiz amizade com eles.

Fui para os EUA com apenas uma mochila. Levei 3 camisetas e 2 bermudas. Então reservei esta primeira tarde em San Francisco para fazer umas compras. Comprei algumas roupas para os primeiros dias da viagem e um cartão de memória para a câmera que o Alan me emprestou. E que câmera! As fotos ficaram lindas!

Aproveitei para passear pela região da Union Square e ter as primeiras impressões da cidade.






 Conheci também o famoso bondinho de San Francisco. Deixei para andar nele nos dias seguintes.



Nesta primeira noite em San Francisco, tomei algumas cervejas num bar próximo ao Hostel. Como estava bem cansado, resolvi não durar muito e fui dormir. Bebidas alcoólicas em geral são caras nos EUA. Paguei US$ 5 dólares em cada long neck. 

Segundo dia em San Francisco


Neste dia acordei cedo e já levei a minha mochila para o Hotel. Reservei o hotel de San Francisco através do site priceline.com. Neste site podemos “dar um lance”, ou seja, quanto queremos pagar por aquele quarto. O esquema é: você escolhe a região da cidade que quer se hospedar, a categoria do hotel e informa um valor. Se o seu lance for aceito, o seu cartão de crédito será debitado e só após o pagamento o site vai informar o nome do hotel que você passará as suas férias. Eu nunca tinha utilizado este site. Em outras viagens usei o hotwire.com que funciona mais ou menos do mesmo jeito.

Fiquei muito satisfeito. Consegui ficar em um hotel bom, super bem localizado e pagando US$ 80,00 para 2 pessoas (US$ 40,00 para cada). Quase o preço do hostel. O clima do hostel é muito legal, tem pessoas do mundo todo e você pode fazer muitas amizades. Mas o conforto do hotel é um diferencial. 

Aqui e aqui você aprende a usar o priceline e o hotwire. Usei estes métodos anteriormente em Orlando, New York e Paris. Nesta viagem usei em San Francisco, Monterey e Las Vegas. Fiquei muito satisfeito com todos os hotéis e não tive nenhum problema. Basta entender como funciona e sair reservando. Detalhe importante: não tem como cancelar a reserva ou trocar de hotel. Portanto, faça as reservas depois de comprar as passagens.
            
Voltando para o meu domingo em San Francisco, como ainda não estava no horário de entrar no hotel, deixei minha mochila na recepção, peguei meu skate que eu já tinha comprado pela internet, um mapa da cidade e fui dar uma volta.
            
Como o hotel ficava próximo à entrada do Chinatown, fiz este primeiro passeio. San Francisco tem a maior comunidade chinesa dos EUA. Na realidade, não tem nada demais lá. Muitas lojas de decoração, de chás e ervas, de comidas, etc.





Sem destino, fui em direção à região portuária de SF pela Washington Street. Nesta altura do campeonato, eu já estava conseguindo andar no skate. Sem saber, cheguei num parque fantástico chamado Sue Bierman Park. Várias pessoas andando de skate, patins, crianças no playground e slackline.





Como eu comecei a aprender slackline recentemente e quase não gosto de falar, fiz amizade com um americano que estava lá no parque com a maior corda de slack que eu já vi. Ele perguntou se eu queria fazer, mas faltou coragem. A corda estava muito alta. Já pensou se eu machuco o pé no primeiro dia de viagem?! Hahaha Ele mandava bem demais no slack e isso rendeu ótimas fotos. Coincidentemente a ex-namorada dele é brasileira e temos amigos em comum no facebook. Mundo pequeno (e que quero conhecer inteirinho!).







Fui para o Pier 1. Vários restaurantes bons, porém caros. Não almocei ali porque estava esperando a Rafa chegar. Tomei um cerveja por US$ 5,00 + tips e segui pelo calçadão do píer 1 ao 39. Claro, de skate. Já estava me sentindo profissional. Risos.







Parava sempre para tirar umas fotos. Conheci uma oficina que ensinava a fazer skates e então cheguei no Píer 39. Ali é um lugar muito turístico, com várias lojas e restaurantes. Em seguida voltei para o hotel, pois a Rafa já estava lá me esperando. Peguei o famoso bondinho para voltar. Não vá sentado. A grande onda é ir pendurado. Muito legal!!! O bilhete one way do bondinho custa US$ 6,00.






 Aproveite o trajeto de bondinho para observar a arquitetura das casas de SF.



Enfim encontrei a minha amiga Rafa no Hotel. Fomos para a Lombard Street. Lombard Street é uma das vias de trânsito mais famosas de São Francisco. Ganhou destaque internacional devido à ladeira íngreme pela qual os carros passam em zigue-zague. É sem dúvida um dos principais pontos turísticos da cidade. Eu particularmente achei muito sem grança. Mas vale uma passada rápida lá.



Esperamos 30 minutos para entrar na rua, pois ela estava fechada para a gravação de um comercial do novo carro da Nissan.

O carro vermelho é o novo carro da Nissan do comercial



Descendo a ladeira, tivemos a oportunidade de ver a ilha de Alcatraz pela primeira vez e tirar ótimas fotos.



Lá embaixo, fomos nos acabar na Ghirardelli Square. Trata-se de uma fábrica construída em 1893 onde hoje funcionam várias lojas de chocolates, sorvetes, lembrancinhas, etc. Duas dicas: comam o Top Sunday (não lembro o nome exato, mas é só perguntar qual é o melhor que eles vão indicar o mais famoso). Ele custa US$ 14 dólares e rola dividir com o amigo. Não comprem chocolates Ghirardelli ali (custam em torno de US$ 4,00 a barra). Na farmácia Wallgreen's da Union Square paguei US$ 2,00.




Depois da comilança na Ghirardelli Square, seguimos de taxi para Haight-Ashbury. Ganhamos tempo com o taxi que custou US$ 15 dólares. Se você não estiver sozinho, o custo benefício vale a pena. Em 1967, o bairro ganhou fama internacional como paraíso dos drogados que usavam principalmente maconha e LSD. Neste mesmo ano, durante o verão do amor, um grande festival de rock psicodélico com nomes como Janis Joplin aconteceu por ali. A partir daí, milhares de jovens de todas as partes dos EUA migraram para lá. Hoje a região mantém o clima boêmio e existem ótimas lojas e brechós com preços sensacionais, além de sorveterias, lojas de discos, livrarias, bares e restaurantes.








Paramos no Pub Martin Mack's, sentamos numa mesa perto da janela e ficamos só observando a movimentação noturna. Peçam a porção de Nachos e de Quesadilla. Uma delícia... Cada porção custou em torno de US$ 12 dólares. O bar estava bem cheio, pois estava passando nas TV's um clássico do futebol americano. As duas únicas pessoas do bar que estavam de costas para a TV e de frente para a rua éramos eu e a Rafa. Vale a pena o passeio... Imperdível!


*Érick Nogueira é gerente de relacionamento no Banco do Brasil. Graduado em Turismo, apesar de não exercer a profissão, Érick utiliza seus conhecimentos nas milhares de viagens que faz pelo mundo.