A minha dica de passeio de hoje não é uma cidade, mas é
quase isso.
É simplesmente o maior centro de arte contemporânea a céu aberto do mundo!!! Um
museu recheado de
cultura e
diversão e
cercado por um
majestoso jardim botânico. O
Instituto Inhotim abriga
22 pavilhões e galerias, com mais
de 500 obras de mais de 100 artistas de 30 países (ufa!):
instalações, esculturas, desenhos, fotos e vídeos que
chocam,
encantam e
estimulam a participação do visitante. Ele está localizado
na cidade de Brumadinho, a
60
km de Belo Horizonte.
Eu conheci o museu em uma excursão propiciada pelo meu
estágio na assessoria da Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos da UFJF. Saímos de
madrugada de Juiz de Fora e gastamos cerca de 3h para chegar ao Museu. Ficamos
o dia todo no local e foi ótimo.
O interessante de Inhotim é que a reação das pessoas é
sempre a mesma, de DESLUMBRE. Impossível não ficar maravilhado com as belezas
naturais do lugar e com as incríveis obras que te instigam a interagir com
elas.
No museu, há as exposições permanentes e as temporárias,
além de um Jardim Botânico. Como faz menos de um ano que fui lá, as exposições
temporárias ainda são as mesma, pois elas são trocadas a cada dois anos.
Neste post, narro a minha visita ao museu, o que eu vi e
senti nesse encantador lugar.
A primeira coisa a se fazer ao entrar em Inhotim é pegar um
mapa. Para conhecer todo o museu são necessários, no mínimo, dois dias
inteiros. São muitas exposições e, se você não tiver dois dias disponíveis, o
mapa te ajudará a priorizar o que você deseja ver e agilizar a visita, podendo
assim conhecer mais coisas em menos tempo.
Como eu disse antes, são muitas obras e o acervo é enorme,
então, vou destacar as exposições que me chamaram mais a atenção, começando com
o ...
True Rouge, de Tunga, 2007
Na obra,
Tunga mistura redes, madeira, vidro soprado,
pérolas de vidro, tinta vermelha, esponjas do mar, bolas de sinuca, escovas
limpa-garrafa, feltro e bolas de cristal, que pendem do teto, unidos por
estruturas interdependentes. Esses objetos aludem a um grande teatro de
marionetes: uma
escultura de manipulação, que, se valendo da gravidade, não
chega, contanto, a tocar o chão. Tunga tenta ultrapassar os limites entre ciência
e fantasia.
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True Rouge |
By Means of
a Sudden Intuitive Realization, Olafur Eliasson, 1967-1996
A obra consiste em um iglu de fibra de vidro, água,
iluminação estroboscópica, bomba d’água e plástico. Elemento comum na paisagem
islandesa, o iglu é utilizado para cobrir as muitas nascentes de água quente
que constituem a maior fonte de energia natural na ilha nórdica. Mas, em vez de
uma nascente, o artista nos apresenta um jogo simples de luz e água, no qual,
iluminada por emissões rápidas de luz, a água jorra continuamente surgindo diante
de nossos olhos como gotas de cristal suspensas no ar. Este efeito do tempo,
inerte por uma fração de segundo, é algo que acontece em nossa percepção e
imaginação. Um aviso: se você tem problemas de claustrofobia, não entre!
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Exterior do "iglu" |
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"Nascente" |
Gui Tuo Bei,
Zhang Huan, 2001
Na cultura chinesa, monumentos monolíticos carregados por
uma tartaruga são comuns em lugares sagrados e espaços públicos, servindo
como fonte de contextualização histórica do local e simbolizando poder
político ou religioso. A tartaruga representa longevidade, resistência e
solidez, daí sua presença em tais monumentos.
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Gui Tuo Bei |
Bem, essas foram as exposições que mais me chamaram a
atenção nesse primeiro momento. Depois, chegou a hora do almoço e reunimos todo o
grupo para fazer um piquenique na entrada do museu. Há também a opção de
almoçar em um dos três restaurantes internos. São o Tamboril, Oiticica e o Bar
do Ganso, com opções de a la carte ou a quilo.
Nesse intervalo, aproveitamos também para trocar de roupa,
pois estávamos de calça jeans em um intenso calor.
Troca-Troca, Jarbas Lopes, 2002
Essa exposição é uma graça. São
três fuscas coloridos, com
latarias permutadas entre si. Um sistema de som interliga os três carros. Os fuscas encontram-se ocasionalmente parados, mas prontos para dar partida em
seus motores. Eles já chegaram a ir do Rio de Janeiro à Curitiba. As
viagens, o
compartilhamento de experiências, o
movimento estão em constante evidência no
trabalho de
Jarbas Lopes.
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Troca-troca |
Forty Part
Motet, Janet Cardiff, 2001
É uma instalação sonora em 40 canais, com duração de 14’7’’,
cantada pelo coro da catedral de Salisbury. É uma experiência indescritível
essa obra. Chega a ser tocante, despertando em nós sentimentos que nem sabíamos
que estávamos sentindo. Na instalação, a artista usa um alto-falante para
cada voz, o que permite ao espectador ouvir as diferentes vozes e perceber as
diferentes combinações e harmonias à medida que percorre a instalação.
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Forty Part Motet |
Rodoviária de Brumadinho, John Ahearn e Rigoberto Torre,
2005
Nessa obra é usado tinta automotiva sobre fibra de vidro. O
mural escultório representa a estação rodoviária de Brumadinho e as pessoas que
passam por ela. Um lugar que é, não apenas um terminal de transporte, mas
também centro de vida social, pois nele se apresentam grupos de danças
populares.
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Rodoviária de Brumadinho |
Também fomos em uma exposição muito divertida, só que não
lembro o nome e a explicação. Mas é composta por um colchão
com muitas bolas onde é possível o visitante brincar e se divertir pulando no
colchão.
Para finalizar a visita, fomos convidados a fazer a nossa
arte/pintura para deixar exposta no mural. Olha a minha obra prima
contemporânea (risos):
Enfim, são muitas obras fantásticas. As que expus aqui são
apenas as que me lembrei de fotografar. Mas há muitas outras as quais eu me
maravilhei.
O museu funciona de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30 (ou seja, fecha cedo). Nos sábados, domingos e feriados, o horário de funcionamento se estende até às 17h30. Na segunda-feira, o local fica fechado. Para entrar, de quarta a quinta-feira a taxa é de R$ 20,00. De sexta a domingo e nos feriados, é preciso pagar R$ 30,00. Na terça-feira a entrada é gratuita. Crianças menores de 5 anos não pagam em nenhum dia. Há no parque carrinhos elétricos para transporte interno, que custam R$ 20,00. Mas a graça está em encaminhar entre as árvores e a natureza desse grande parque/museu.
Vale a pena conhecer Inhotim!