Na terça-feira fui fazer uma matéria sobre a Associação dos Cegos de Juiz de Fora. Gente, o trabalho que eles realizam lá é muito legal. Todo mundo devia conhecer. Além de tratar e prevenir a cegueira, eles têm projetos de inclusão social com os assistidos. Os deficientes visuais fazem artesanato, natação, curso de informática (e o pc tem voz humanizada!),aprendem a fazer atividades da vida doméstica e cuidados íntimos sozinhos, sem auxílio de ninguém.
Na quarta assiste a um documentário sobre a cegueira, na aula de história da fotografia. O documentário é maravilhoso. Chama-se "Janela da Alma". O filme despertou emoções tão diferentes em mim. E me fez querer conhecer mais sobre esse universo. Será que uma pessoa que nasceu cega sonha com imagens? Será como que eles imaginam que seja uma pessoa? E como conseguem fazer praticamente tudo o que a gente faz? Até câmera fotográfica para cegos já existe, e as imagens são em braille!
Eles são pessoas vitoriosas. Com essa enorme dificuldade, conseguem levar uma vida normal, enquanto que pessoas perfeitas fisicamente tem preguiça de fazer coisas banais. Nem imaginam o esforço que é para os deficientes fazer essas mesmas coisas rotineiras.
Nós, todos os dias, vemos paisagens lindas, mas não as enxergamos. Mal paramos para pensar o quão feliz ficaria um cego se pudesse ver ao menos uma árvore.
Mesmo que eu ande um dia todo com os olhos vendados, nunca saberei como é ser cego. O que sente um cego.
O melhor que temos a fazer é agradecer a Deus, todos os dias, por poder enxergar, admirar a criação dele, ter um tempo para parar e olhar, e utilizar esse dom para orientar aqueles que não o tem.
Mas no fundo, todos nós somos cegos. Não enxergamos coisas que estão na nossa frente. Às vezes, até enxergamos, mas nada fazemos para mudá-las. Como diz o velho ditado: " pior cego é aquele que não quer ver".
A globalização nos colocou padronizados. Perdemos a pluralidade de olhares que faz com que cada pessoa seja única. O cego pode não nos ver, mas sabe muito bem olhar.
Para mim, o pior de toda essa discussão é uma cegueira que afeta todos nós, cegos e não cegos: É NÃO SABER COMO AS PESSOAS NOS VEEM!
A cegueira não é o que nos torna diferentes. É o que nos torna iguais!
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