segunda-feira, 9 de maio de 2011

Amanhã?!




Casa da vó é sempre um lugar de descontração, com aspecto familiar e amigável. É a casa dos doces, onde os netos fazem a festa.

Num desses domingos ensolarados, nós, os netos, estávamos sentados na varanda a saborear um delicioso pudim de sobremesa.

Fechada no meu mundinho, eu observava os carros que passavam na rua apressados e comecei a me perguntar o porquê das pessoas estarem sempre com pressa. Elas vivem como se não existisse o presente, só o futuro. De tudo querem tirar uma moral, uma lição, um motivo.

Vêem um filme pensando em aprender algo, lêem um livro procurando a moral da história. Por que não assistimos a um filme só para nos divertir? Por que não lemos um livro só por distração? Por que procuramos sentido para tudo? As coisas são assim porque são! E ponto.

No meio desses meus pensamentos malucos, meu primo mais novo (um desses que é o xodó da família)me interrompeu para contar sobre um passeio. Contou a história como uma criança de três anos conta: esquecendo algumas coisas, faltando algumas palavras, mas nós sempre achamos graça. No fim da pequena narrativa, perguntei-lhe quando havia ocorrido o passeio e ouvi um sonoro "amanhã".

Os que ouviam a história, começaram a rir. Tentei explicar a ele que amanhã é o dia que ainda vai chegar e ontem o que já passou. Ele contou novamente a história, eu perguntei quando aconteceu e a reposta foi... "amanhã".

É... até ele já se contaminou! As pessoas sempre vão ser as mesmas. E, por favor, não tentem tirar uma lição dessa crônica. Leia como se comesse um pudim, só para saborear!