quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Conta aí: New Orleans – Um lugar diferente na terra do tio Sam

Por Edgar do Amaral Santos*

Riverwalk - Foto:  Amanda Siworae


New Orleans (NOLA, de New Orleans e LousianA) é uma cidade única na história dos  Estados Unidos. Desde sua origem, em 1718, ela foi marcada por diversos fatos que fazem dela um lugar bastante diferente do restante do país. Não somente por sua história, mas também pela imensa diversidade cultural e linguística. Foram inúmeras colonizações de povos diferentes, como os espanhóis e franceses, e posteriormente, a americanização de toda a cidade


French Quarter - Foto:  Amanda Siworae



French Quarter - Foto:  Amanda Siworae


Mas por que New Orleans é tão famosa? 


São tantas as respostas que não dá pra definir a cidade com apenas uma. E o Jazz?! O Jazz nasceu em New Orleans, quando instrumentos musicais europeus foram misturados com instrumentos musicais africanos, originando uma combinação bastante diferente e exótica. Além disso, New Orleans é também conhecida musicalmente por seus “Jazz funeral”, que acontecem quando alguém famoso morre e uma banda acompanha o caixão tocando músicas tristes na ida para o cemitério e músicas alegres na volta. Bons lugares para ouvir jazz se encontram na Frenchmen Street, localizada no French Quarter – um bairro no centro da cidade com casas de arquitetura bastante diversificada (francesa e espanhola, principalmente.



Frenchmen Street - Foto:  Amanda Siworae


New Orleans ficou muito famosa também por causa do Furacão Katrina, em 2005, que devastou uma boa parte da cidade. Mas ela se reergueu e continua ainda um excelente lugar pra se viver ou até abrir negócios.

Como andar em New Orleans? 


Transporte público é bem bom, especialmente durante os dias da semana. Passe diário ilimitado por  US$ 3 dólares, super vale a pena. Taxi é meio caro e cheio de pilantras, hahaha. A cidade conta com ônibus e alguns street cars (bondinho), que são ótimos. O passeio interessante no bondinho é pela St. Charles Avenue, onde as casas são imensas e super tradicionais.


Street Car


St. Charles Avenue


Baladas em New Orleans


Bom, vamos falar de coisas boas né! A melhor rua da cidade pra sair e PIRAR é a Bourbon Street, no French Quarter. Tem muitos bares e dance clubs, além de lojas de souvenires intercaladas com puteiros. Eu disse puteiros (Strip clubs)? Sim! Muitos, vários. Pra entrar nos bares não se paga, então se cansou da música de um, partiu pro próximo. Perto da Bourbon, tem um casino que tem uma balada ótima, o Harrah’s (Não paga pra entrar!!) Além desses lugares, tem diversos outras ruas com muitos bares, como a Magazine Street. Muitos restaurantes bons e baratos e muitos bares.

Bourbon Street



Casino Harrah's

Em NOLA tem o Mardi Gras, que é “semelhante” ao carnaval nosso. Tem muitos desfiles, carros alegóricos e fantasias. Tem a famosa distribuição de beads, que são colares. Dá-se o colar pra mina e, se ela quiser, mostra os peitos no meio da rua. Pro cara, pode ser que ele mostre o pinto, hahaha! Hilário.

Desfile de Mardi Gras


Cultura em New Orleans


NOLA tem bons museus também, pra quem gosta de programa cult. Tem o NOMA (New Orleans Museum of Art) localizado no City Park, WWII – world war 2 museum, Mardi Gras museum, além de um insetário, aquário e zoológico. Todos são muito bons, especialmente a coleção do NOMA.

New Orleans Museum of Art

Pra quem gosta de passear, andar a toa, recomendações são o City Park (um dos maiores parques dos Estados Unidos), o Audubon Park (que fica na parte rica da cidade), Louis Armstrong Park, além do Riverwalk ao lado do rio Mississippi bem no French Quarter e o The Fly Avengers Park – pra ver o pôr do sol mais bonito da Louisiana!


City Park


Audubon Park


The Fly Avenger Park


New Orleans é, sem dúvida alguma, uma das cidades mais fantásticas que existe nos Estados Unidos. A vibe da cidade é muito acolhedora, existem TODAS as tribos e sempre há espaço para alguém mais. A música contagiante em todas as esquinas da cidade te puxa pra dançar, pra sorrir. 

Recomendo mil vezes!


*Edgar do Amaral Santos é estudante de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente, ele está realizando intercâmbio acadêmico, pelo Ciências Sem Fronteiras, na University of Arizona, em Tucson, nos Estados Unidos, onde permanecerá por um ano e meio.

**Colaboração: Amanda Siworae

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Conta aí: O Brasil sob os olhos de uma norte-americana

Por Rebekah Wiles*



Eu fiquei cinco meses em Juiz deFora (MG) e queria fazer algo para mostrar minha satisfação com o país e com a minha experiência. Eu enfrentei alguns problemas durante meu intercâmbio, mas eu já cansei de me focar neles. Em vez de lamentar os defeitos e as falhas que possuem alguns brasileiros (e o Governo), eu me lembrarei das coisas maravilhosas que o Brasil oferece. O texto a seguir é uma breve lista dessas coisas, mas não chego a citar todas. Precisaria de muito tempo para completar a lista, e eu também tenho que estudar hoje. Por favor tenham paciência com o meu português. Eu ainda estou aprendendo, mas estou me esforçando!

Padarias do Brasil


Em cada esquina tem uma delas. É tipo um café onde se vendem vários salgados, a maioria dos quais eu não posso comer porque eu sou vegetariana, mas eu adorei o pão de queijo. Minas Gerais é conhecido pelo seu queijo Minas, que é saudável e gostoso. Além de queijo, tem bolo de cenoura, bolo frito, brigadeiro e muitas outras delícias, sem mencionar o café forte e saboroso daqui.

Requeijão: Têm duas opções de produtos lactais no Brasil. Alguns preferem o cream cheese americano (Philadelphia) e outros preferem requeijão. Eu vou resolver o debate agora: requeijão é melhor, simplesmente. Bem, bem melhor.




Dança no Brasil


O brasileiro tem um ritmo impressionante e belo. Adorei todos os estilos de música que o Brasil oferece, tipo forró, sertanejo, e também gostei do jeito que o brasileiro curte a música estrangeira, tipo rock, reggae e rap. A alma brasileira é baseada no conceito que “quem sabe sambar sabe amar”. E os brasileiros sabem.




As praias do Brasil


O paraíso por excelência: chinelos, biquínis e a areia. O sol brilhante beija a pele morena enquanto a brisa e as ondas resfriam o calor.

Água de coco gelada: a melhor coisa para tomar no dia quente de verão. É cheia de vitaminas, então satisfaz a sede e a fome enquanto alivia o calor.




Cachaça


É o álcool brasileiro, feito com cana de açúcar. A bebida típica do Brasil é a caipirinha, que é feita com limão, cachaça e açúcar, mas eu prefiro uma versão alterada. O problema com a caipirinha é o açúcar, que me faz beber rápido demais e passar mal. Eu prefiro diminuir o açúcar ou eliminá-lo da bebida e colocar uma fruta doce, tipo morango ou abacaxi. Vários brasileiros me falaram que fica mais gostoso do que a caipirinha. Eu vou ter que trazer muita cachaça comigo para fazer uma bebida que eu inventei para meus amigos nos EUA.



Artesanato


Cada esquina, cada parque na cidade tem seus hippies vendendo artesanato. Podem ser brincos, jóias, sabonetes ou bonequinhos feitos da folha de palmeira. São lindos e baratos e servem bem para um presente ou uma lembrança do Brasil. Vários amigos meus vão receber artesanato quando eu voltar para os EUA.



Pássaros do Brasil


Uma das primeiras razões que me fez querer vir para o Brasil foi para conhecer a diversidade dos pássaros daqui, e ela não desaponta. Um pássaro que é muito comum aqui é o Bem-te-vi, ou Pitangus sulphuratus em latim, que é lindo demais.


Foto: Abraão Calderano

 Minha observação mais emocionante foi da espécie Tangara cyanoventris. Olha que bonito.




  
Capivara: O maior roedor do mundo. Adorei =)




Beijos


Os brasileiros são carinhosos e gostam de se beijar para saudar.  As mulheres usualmente beijam quando apresentam novas pessoas ou velhos amigos. Eu não gosto que os homens não beijem tanto como as mulheres. Eu não gosto de discriminação entre os sexos. Ainda assim, eu adoro beijos e gostei da oportunidade dar e receber tantos aqui.


Então, espero que vocês gostem. Deixem seus comentários lá em baixo. É só isso. Não tem mais jeito. Acabou. Tchau! Mil beijos!


* Rebekah Wiles é de Houston e morou cinco meses em Juiz de Fora. Ela é aluna do curso de Biologia do Colorado College, na cidade de Colorado Springs.   

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Centro de Arte Contemporânea Inhotim - Brumadinho



A minha dica de passeio de hoje não é uma cidade, mas é quase isso. É simplesmente o maior centro de arte contemporânea a céu aberto do mundo!!! Um museu recheado de cultura e diversão e cercado por um majestoso jardim botânico. O Instituto Inhotim abriga 22 pavilhões e galerias, com mais de 500 obras de mais de 100 artistas de 30 países (ufa!): instalações, esculturas, desenhos, fotos e vídeos que chocam, encantam e estimulam a participação do visitante. Ele está localizado na cidade de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte.

Eu conheci o museu em uma excursão propiciada pelo meu estágio na assessoria da Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos da UFJF. Saímos de madrugada de Juiz de Fora e gastamos cerca de 3h para chegar ao Museu. Ficamos o dia todo no local e foi ótimo.

O interessante de Inhotim é que a reação das pessoas é sempre a mesma, de DESLUMBRE. Impossível não ficar maravilhado com as belezas naturais do lugar e com as incríveis obras que te instigam a interagir com elas.

No museu, há as exposições permanentes e as temporárias, além de um Jardim Botânico. Como faz menos de um ano que fui lá, as exposições temporárias ainda são as mesma, pois elas são trocadas a cada dois anos.

Neste post, narro a minha visita ao museu, o que eu vi e senti nesse encantador lugar.




A primeira coisa a se fazer ao entrar em Inhotim é pegar um mapa. Para conhecer todo o museu são necessários, no mínimo, dois dias inteiros. São muitas exposições e, se você não tiver dois dias disponíveis, o mapa te ajudará a priorizar o que você deseja ver e agilizar a visita, podendo assim conhecer mais coisas em menos tempo.

Como eu disse antes, são muitas obras e o acervo é enorme, então, vou destacar as exposições que me chamaram mais a atenção, começando com o ...

True Rouge, de Tunga, 2007


Na obra, Tunga mistura redes, madeira, vidro soprado, pérolas de vidro, tinta vermelha, esponjas do mar, bolas de sinuca, escovas limpa-garrafa, feltro e bolas de cristal, que pendem do teto, unidos por estruturas interdependentes. Esses objetos aludem a um grande teatro de marionetes: uma escultura de manipulação, que, se valendo da gravidade, não chega, contanto, a tocar o chão. Tunga tenta ultrapassar os limites entre ciência e fantasia.

True Rouge


By Means of a Sudden Intuitive Realization, Olafur Eliasson, 1967-1996


A obra consiste em um iglu de fibra de vidro, água, iluminação estroboscópica, bomba d’água e plástico. Elemento comum na paisagem islandesa, o iglu é utilizado para cobrir as muitas nascentes de água quente que constituem a maior fonte de energia natural na ilha nórdica. Mas, em vez de uma nascente, o artista nos apresenta um jogo simples de luz e água, no qual, iluminada por emissões rápidas de luz, a água jorra continuamente surgindo diante de nossos olhos como gotas de cristal suspensas no ar. Este efeito do tempo, inerte por uma fração de segundo, é algo que acontece em nossa percepção e imaginação. Um aviso: se você tem problemas de claustrofobia, não entre!


Exterior do "iglu"

"Nascente"


Gui Tuo Bei, Zhang Huan, 2001


Na cultura chinesa, monumentos monolíticos carregados por uma tartaruga são comuns em lugares sagrados e espaços públicos, servindo como fonte de contextualização histórica do local e simbolizando poder político ou religioso. A tartaruga representa longevidaderesistência e solidez, daí sua presença em tais monumentos. 

Gui Tuo Bei

Bem, essas foram as exposições que mais me chamaram a atenção nesse primeiro momento. Depois, chegou a hora do almoço e reunimos todo o grupo para fazer um piquenique na entrada do museu. Há também a opção de almoçar em um dos três restaurantes internos. São o Tamboril, Oiticica e o Bar do Ganso, com opções de a la carte ou a quilo.

Nesse intervalo, aproveitamos também para trocar de roupa, pois estávamos de calça jeans em um intenso calor.


Troca-Troca, Jarbas Lopes, 2002


Essa exposição é uma graça. São três fuscas coloridos, com latarias permutadas entre si. Um sistema de som interliga os três carros. Os fuscas encontram-se ocasionalmente parados, mas prontos para dar partida em seus motores. Eles já chegaram a ir do Rio de Janeiro à Curitiba. As viagens, o compartilhamento de experiências, o movimento estão em constante evidência no trabalho de Jarbas Lopes.


Troca-troca


Forty Part Motet, Janet Cardiff, 2001


É uma instalação sonora em 40 canais, com duração de 14’7’’, cantada pelo coro da catedral de Salisbury. É uma experiência indescritível essa obra. Chega a ser tocante, despertando em nós sentimentos que nem sabíamos que estávamos sentindo.  Na instalação, a artista usa um alto-falante para cada voz, o que permite ao espectador ouvir as diferentes vozes e perceber as diferentes combinações e harmonias à medida que percorre a instalação.

Forty Part Motet

  

Rodoviária de Brumadinho, John Ahearn e Rigoberto Torre, 2005


Nessa obra é usado tinta automotiva sobre fibra de vidro.  O mural escultório representa a estação rodoviária de Brumadinho e as pessoas que passam por ela. Um lugar que é, não apenas um terminal de transporte, mas também centro de vida social, pois nele se apresentam grupos de danças populares

Rodoviária de Brumadinho


Também fomos em uma exposição muito divertida, só que não lembro o nome e a explicação. Mas é composta por um colchão com muitas bolas onde é possível o visitante brincar e se divertir pulando no colchão.

Para finalizar a visita, fomos convidados a fazer a nossa arte/pintura para deixar exposta no mural. Olha a minha obra prima contemporânea (risos):



Enfim, são muitas obras fantásticas. As que expus aqui são apenas as que me lembrei de fotografar. Mas há muitas outras as quais eu me maravilhei.

O museu funciona de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30 (ou seja, fecha cedo). Nos sábados, domingos e feriados, o horário de funcionamento se estende até às 17h30. Na segunda-feira, o local fica fechado. Para entrar, de quarta a quinta-feira a taxa é de R$ 20,00. De sexta a domingo e nos feriados, é preciso pagar R$ 30,00. Na terça-feira a entrada é gratuita. Crianças menores de 5 anos não pagam em nenhum dia. Há no parque carrinhos elétricos para transporte interno, que custam R$ 20,00. Mas a graça está em encaminhar entre as árvores e a natureza desse grande parque/museu.


Vale a pena conhecer Inhotim!