quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Carvalhos: Terra das trilhas e das cachoeiras



O meu primeiro post sobre as cidades brasileiras tinha que ser sobre a melhor cidade para aqueles que buscam por paz, tranquilidade e ar puro: Carvalhos! Cidade onde nasci e fui criada, e na qual não consigo ficar mais de um mês longe. Ir para Carvalhos significa recarregar as energias, desestressar, fugir da realidade e voltar com a solução para todos os meus problemas e o discernimento para conseguir resolvê-los.

Se você não conhece Carvalhos, está perdendo a oportunidade de conhecer o paraíso. E o melhor: é uma viagem super barata.  Quem pensa que só porque a cidade tem somente 4.556 habitantes (censo 2010), ela não tem atrativos, está muito enganado. Nesse post, você verá que para aproveitar tudo que Carvalhos tem para oferecer, é preciso ficar uns bons dias por lá.


Ecoturismo em Carvalhos


O forte da cidade com certeza é o ecoturismo. Conhecida por suas belas paisagens e cachoeiras, Carvalhos possui cerca de 70 quedas e mais de 400 km em trilhas para a prática de off-road. A cachoeira mais famosa e visitada é a da Estiva, com uma queda de 70 metros. Também são muito conhecidas as cachoeiras do Funil, dos Franceses e a Prainha. Eu, particularmente, frequentava muito a cachoeira Sá Rita, no Muquém, durante a minha infância. Na página Passeio Ecológico Carvalhos Minas Gerais você fica por dentro do que está rolando de ecoturismo na cidade.

São paisagens deslumbrantes e relaxantes. Ideais para você simplesmente sentar e não pensar em nada. Ou, reunir os amigos para uma cervejinha em meio a natureza. O camping também pode ser uma prática excelente, principalmente na cachoeira da Estiva, que já possui uma estrutura que facilita a montagem de barracas.

Cachoeira da Estiva

Cachoeira da Estiva


As trilhas de motos e bicicletas são famosas na cidade. Reza a lenda que até o ator Reinaldo Gianecchini já passou com sua moto por lá. Na festa de 12 de outubro, quando é comemorado o aniversário da cidade, sempre há eventos voltados para o ecoturismo. Esse ano, foi a vez do cicloturismo. Foram inúmeros ciclistas locais e de outros lugares percorrendo pelas encantadoras trilhas da cidade. Na página Pedaleiros de Carvalhos você encontra informações sobre eventos voltados para os ciclistas que são realizados por lá.


Circuito Brasileiro de Cicloturismo em Carvalhos


Circuito Brasileiro de Cicloturismo em Carvalhos

Outra grande atração ecológica em Carvalhos é o Pico do Muquém, com altitude aproximada de 1.800 m acima do nível do mar e com uma vista maravilhosa. Em 2007, eu me arrisquei a subir até o pico para conhecer essa famosa e deslumbrante paisagem. Foi muito cansativo, mas valeu a pena. Entre bagunça, conversas, risadas e muitas fotos e vídeos, gastamos 12 horas para ir e voltar. Mas fizemos o caminho até a trilha à pé. Esse percurso pode ser feito facilmente de carro. A subida leva umas três horas.

A minha ida ao Pico foi uma aventura. Ninguém sabia direito o caminho. Erramos várias vezes o trajeto, o que nos fez perder muito tempo e passar por lugares mais complicados. Somente um amigo, o Diógenes, tinha ido lá uma vez. Levamos uma corda super fina e foi bem complicado subir por um estreito espaço na pedra, entre o pico e um abismo. Até perigoso, eu digo. Mas foi INCRÍVEL! Uma das melhores experiências da minha vida.

Meu conselho: se decidir fazer esse passeio, procure alguém, um guia, que conheça bem o caminho e tenha os equipamentos adequados.

Indo para a trilha do Pico do Muquém

Escalando o Pico

Vista do alto do Pico do Muquém


Também encontra-se no município o Pico do Calambau e dos Três Irmãos, que juntamente com o do Muquém, formam a Serra dos Três Irmãos. Há também o Pico do Quilombo (Serra do Quilombo), a Serra da Aparecida e a Serra do Grão-Mogol.


Passeios de finais de semana em Carvalhos


Para os que não curtem muito a adrenalina dos passeios de ecoturismo, há a opção de visitar os relaxantes pesqueiros. Você se sentirá dentro desses programas de TV que mostram lugares lindos, envoltos por natureza, perfeitos para descansar.

No Pesque e Pague Cafundó, você pesca seu próprio peixe, para levar ou comer na hora. São deliciosos. E você não pode deixar de experimentar as pingas artesanais de sabor e conhecer o alambique. São quase 25 sabores diferentes. Minhas recomendações para as mulheres são os sabores de pêssego, goiaba e manga, que possuem mais o gostinho da fruta e menos o da pinga. Já para os homens, os de pitanga e jabuticaba são os mais fortes.

Você também pode se distrair com a sinuca ou optar por deitar na rede e não fazer nada. Somente escutar as músicas no estilo sertanejo raiz, com as quais o Francisco Carlos sabiamente harmoniza o ambiente tornando-o aconchegante e familiar.

Pesque e Pague Cafundó


Na Represa do Barulho e nas cachoeiras Prainha e Estiva, muitos vão equipados com comidas e bebidas para passar à tarde bebendo, nadando, rindo com os amigos e contemplando um belo visual. Ou apenas pensando na vida. Outros vão nesses lugares para tomar um sol e ficarem bronzeados para o verão, que está vindo por aí (algo que eu estou precisando seriamente).

Outro local que não fica exatamente em Carvalhos, mas é muito apreciado pelos Carvalhenses é o Rancho Macota. Pertencente a cidade de Serranos, lá é possível ter uma tarde super agradável, pulando de tirolesa e nadando.

Baladas em Carvalhos


Nos finais de semana, sem festas, exposições ou eventos na região, os carvalhenses saem para beber nos bares da cidade. Os locais mais populares são os lanches da Angelita e do Teddy. Mas, não se pode ir embora para casa sem antes tomar uma pinga no trailler do Tchê. Pode até ser com groselha, para os mais fracos. O Bar do Décio é famoso pelas pizzas, pastéis e ideal para quem quer jogar uma sinuca. A D'graus Dance é parada obrigatória para quem gosta de dançar. Atualmente, acho que ela está fechada, mas sempre tem uma danceteria rolando na cidade. (Ahhh!!! Como não lembrar dos tempos da Verão Vermelho, quando eu e minhas amigas saíamos da aula na sexta à noite e entrávamos na danceteria somente para ouvir as músicas do momento.)

Lanche da Angelita
Teddy's lanche

As baladas têm datas certas na cidade e região. Os meses mais propícios são os de junho e julho, em que praticamente todo final de semana há algum evento na zona rural da cidade ou nas cidades vizinhas. As principais festas são:

06 de janeiro – Festa de Reis nos Franceses
20 de janeiro – Forró na Igreja em comemoração ao Dia de São Sebastião.
22 de fevereiro – Carnaval antecipado de Aiuruoca (normalmente é uma semana antes do Carnaval Oficial, lembrando que a data do Carnaval muda de ano para ano.)
01 a 04 de março – Carnavalhos
09 e 10 de junho – Tradicional festa de São Lázaro na comunidade Múquem. Vá preparado para muito, mas muito frio. Quase chega a nevar.
12 e 13 de junho – Festa de Santo Antônio no Carimbá
24 de junho – Festa de São João na cidade vizinha de Seritinga
29 de junho – Forró na Igreja em comemoração ao dia de São Pedro
19 e 20 de julho – Exposição na cidade de Serranos (a data varia de ano para ano)
26 e 27 de julho – Expoliber ou exposição na cidade de Liberdade (a data muda de ano para ano)
01 e 02 de agosto – Festa na comunidade dos Franceses
07 de Setembro – Festa na cidade de Serranos
Setembro - Não lembro a data exata, mas tem festa na cidade de Liberdade
12 de outubro – A festa mais aguardada da região, exposição em Carvalhos, quando você encontra pessoas que há anos você não via e se diverte horrores nos shows e bailes, em quatro dias de festa.
31 de dezembro – Réveillon e aniversário da cidade de Seritinga.



Carnavalhos



Exposição de Serranos com Paulinho Tequila ao fundo - Toda exposição é tradição tomar essa tequila

Exposição de Carvalhos em 12 de outubro

Ufa! Tem muita coisa para se fazer em Carvalhos. É só ter disposição! Bem, como esse é um blog sobre a minha experiência pessoal com cada cidade, essa é a minha visão de Carvalhos. Mas quero saber a vivência de vocês com a cidade. Achou que está faltando alguma coisa? Quer adicionar informações a esse post? Comenta aqui ou entre em contato.


Até o próximo passeio!  

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Conta aí: Aarhus, Dinamarca - A menor cidade grande do mundo

Por Lucas Mendes de Paiva*




Viajar é descobrir que o mundo não é tão grande; é encontrar o mundo que está em você, encontrar-se. Um tanto filosófico, eu sei, mas esse pensamento expressa o aprendizado que tive ao me lançar em uma experiência incrível, em um dos menores países [em extensão] e um dos maiores [em diversão]: a Dinamarca.

Aventurar-se em pleno inverno dinamarquês, com temperaturas abaixo de zero, sem nunca antes ter vivenciado morar em outro país: esse é o barato. Morei em Aarhus – a segunda maior cidade do país. Bom, falando assim até parece ser uma cidade grande, mas não é. E isso é, na verdade, seu charme maior: ser grande e viva (em parâmetros dinamarqueses), mas pequena, estudantil, bucólica (nos nossos parâmetros). Não é à toa que a cidade é conhecida como “the world’s smallest big city”.

A cidade oferece incríveis opções, diferentes atrativos, grandes diversões, múltiplos bons momentos. As praias não são tão atraentes como as brasileiras e a água, bom, é na Dinamarca, mas vale a diversão com amigos. Os parques são paradas obrigatórias, primeiro porque são mesmo pontos de encontro para os locais – seja pra um piquenique, uma corridinha, um bom papo ou uma cerveja ao meio dia – o que não é nada estranho. Não importa se Deer Park, se Mindepark [praticamente o jardim da casa de verão real], Botanisk Haven, ou o fantástico parque da Aarhus Universitet, todos trazem belezas incríveis, brancos no inverno ou coloridos no verão.

Mindepark

Botanisk Have
                           
Den Gamle By [The Old Town] é outra experiência imperdível. Estando em Aarhus, não faça como eu [que só a conheci na última semana]. Encante-se com as casas mais antigas da Dinamarca, todas reunidas nesse espaço que é um charme, com várias atrações e umas comidinhas de vovó que matam até a saudade do Brasil. Não muito longe dali, o ARoS Museum – sendo mais turístico que nunca – é [fato] um dos museus mais legais que já entrei, mais até que o Louvre. Bom, disse “mais legal”, não o mais especial ou importante ou arrebatador ou o que quer que seja. Seu “Rainbow Panorama”, a 43 metros de altura, permite uma visão multicolor, com um visual surpreendente da cidade.

Den Gamle By

ARoS Museum

Aarhus é tudo isso. E tem mais! A pequena cidade certamente deixa grande saudade para aqueles que nela passam apenas 1 dia, 1 mês ou mesmo 1 ano.

*Lucas Mendes Paiva é jornalista e morou seis meses em Aarhus, na Dinamarca, onde realizou seu intercâmbio acadêmico.