segunda-feira, 25 de março de 2013

A Clássica Praga – República Tcheca


Vista mais famosa de Praga


Agora é a vez de Praga. Mas antes, quero começar esse post pedindo desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar. Mas a correria da faculdade, estágio e, principalmente, da monografia me impediu de manter este blog atualizado. Agora, com a monografia encaminhada, estou com um tempo a mais para continuar a contar para você sobre a nossa louca Eurotrip.

Bom, depois da viagem mais doida da minha vida em Amsterdam, seguimos rumo a Praga, na República Tcheca. Compramos nossas passagens pela Rail Europe por 69,00 euros cada.  São 15 horas de viagem de Amsterdam até Praga. Para quem estiver com mais tempo e dinheiro que a gente, é interessante parar em Berlim e de lá seguir para Praga, porque esse trem passa dentro de Berlim. Mas, infelizmente, tivemos que excluir Berlim do roteiro e seguir direto.

Saímos de Amsterdam às 19h. Entramos no trem e ficamos completamente perdidas. Era a primeira vez que andávamos de trem. Conseguimos encontrar a cabine da Chris. Era uma cabine com seis camas: duas beliches de três camas muito juntas. Assustamos um pouco e até reclamamos que queríamos a cabine igual a do filme Harry Potter, não essa com camas. Mas ao deitarmos ficamos muito felizes e confortáveis. Logo, chega o fiscal olhando nossas passagens e viu que somente a Chris era daquela cabine. O fiscal levou eu e Dani até as nossas cabines que eram exatamente iguais a do Harry Potter – sem camas! Após algumas horas de viagem vimos como faz falta uma cama.

Cabine com camas 

Bem, no nosso trem as paradas não eram avisadas. Então, pedimos a um canadense que estava na cabine da Chris para avisá-la quando chegássemos a Praga. E eu coloquei o despertador para 9h30, o horário previsto para nossa chegada. Se perdêssemos a parada, só iríamos descer em Moscou!!! Ficamos um pouco com medo, principalmente pelas notícias que na Rússia o frio estava chegando a -50ºC.

Pois bem, dormi. E às 7h30 da manhã um sinal muito barulhento me acordou. Era o sinal do café da manhã. Logo, a Chris bate na porta da minha cabine falando que havíamos chegado a Praga, para descermos logo. Assustei, porque de acordo com a passagem só chegaríamos às 9h30. Mas confiei e descemos. Um frio imenso, uma branquidão. Era muita neve caindo. A primeira vez que víamos neve cair. E ninguém mais desceu do trem, somente nós três. E o trem partiu. Nisso, demos conta que havíamos descido no lugar errado. Tentamos falar com alguém, mas ninguém falava inglês. E o pânico foi tomando conta da gente. Fomos nos informar no guichê e demorou muito tempo até achar alguém que falasse inglês. Quando enfim conseguimos, descobrimos que estávamos a 100 km de Praga e era necessário pegar mais dois trens para chegarmos lá. Fomos comprar as passagens e outro susto. A funcionária avisa que daria 300. Não tínhamos esse dinheiro e entramos em pânico novamente. Por fim descobrimos que eram 300 coroas tchecas, o que corresponde a 13 euros. A felicidade nos invadiu novamente. E enfim seguimos viagem para Praga.

Primeiro dia em Praga


Fizemos reservas no Chili Hostel. É um bom hostel para quem procura por preços acessíveis. Pagamos 12 euros a diária. Eu recomendo. Depois de deixarmos as coisas lá, fomos buscar nossa amiga Thamara na rodoviária que estava chegando de eurolines e fizemos um passeio pela cidade, reconhecimento de território. À noite, combinamos de encontrar amigos nossos que estavam de passagem. A cidade estava um deserto. O frio tinha inibido as pessoas de saírem às ruas. Acabamos entrando em um dos poucos pubs que se encontrava aberto. Foi uma noite de amigos e histórias das aventuras que já havíamos vivido até ali.

Pub em Praga

Segundo dia em Praga


No segundo dia, fizemos um passeio com o guia turístico do hostel e foi muito proveitoso. Ficamos conhecendo a bela história dos lugares de Praga que vou contar agora. É um bom roteiro para você seguir quando for a Praga.

Nossa primeira parada foi na Praça da Cidade Velha. A praça é o centro histórico de Praga. Inclui numerosos edifícios e monumentos históricos, notadamente o famoso Relógio Astronômico (Orloj), a Igreja Týn de estilo gótico puro, e o monumento Jan Hus.

O Relógio Astronômico registra com precisão a hora certa na cidade desde 1410.  Cada hora a caveirinha magricela puxa a corda e bustos dos Apóstolos desfilam no alto da torre. Contrariamente ao que muitos podem pensar, esse relógio foi pensado não para informar as horas, mas sim para imitar as supostas órbitas do Sol e da Lua em redor da Terra.

Relógio Astronômico


A Igreja de Nossa Senhora de Tyn possui torres com 80 metros de altura que são coroadas, por sua vez, com quatro torres pequenas. A igreja é protagonista dos olhares, que abençoa a cidade com os seus magníficos campanários. Estes são ainda mais impressionantes à noite quando estão misteriosamente iluminados.

Igreja da Nossa Senhora de Tyn

Quase no meio da Praça de Cidade Velha, ergue-se o monumento a Jan Huss, herói e reformador tcheco e que acusado de heresia foi queimado vivo em 1415. A figura predominante de Huss realça a autoridade moral de um homem que desistiu da vida, mas que nunca, mas nunca desistiu das suas crenças.

Jan Huss

 Na praça também temos a Igreja de São Nicolau, uma das mais famosas da cidade e a Casa Storch que está decorada com pinturas que mostram São Wenceslau a cavalo.

Casa Storch

 De lá seguimos para o Teatro Estate, neoclássico onde a ópera de Mozart Don Giovanni foi realizada pela primeira vez. Também passamos pela estátua de Kafka, um dos mais famosos escritores tchecos de ficção .

Por fim, fechamos o passeio na Charles Bridge ou Ponte Carlos Karluv Most. Essa obra gótica com 520 metros de extensão teve sua construção iniciada em 1357, por ordem de Carlos IV, e hoje é um dos símbolos de Praga, ligando as duas partes da cidade por sobre o rio Vltava. Uma simpática lenda conta que clara de ovo foi misturada na massa usada para construir a Ponte Charles para torná-la mais resistente.

Desde 1950, é proibido o tráfego de veículos sobre a ponte, que se transformou em um calçadão movimentado. Dos dois lados da ponte há réplicas de estátuas góticas e barrocas com imagens de santos católicos. Em cada uma das extremidades da ponte há torres de onde se pode vislumbrar o colorido dos telhados e as centenas de agulhas das igrejas de Praga.

Estátua de São João Nepomuceno na Charles Brigde

Uma das mais famosas estátuas é a de São João Nepomuceno. João Nepomuceno trabalhava como pároco em Praga e era querido por todos. Acontece que o rei Venceslau andava com a pulga atrás da orelha em relação a sua amantíssima esposa Joana. E, sabendo que ela confessava com João Nepomuceno, resolveu perguntar ao pré-santo o que Joana havia confessado. O Padre, porém, recusou-se a contar ao rei o que havia ouvido. O rei, por fim, perdeu a paciência. Mandou queimá-lo, arrastá-lo com uma carruagem e jogá-lo no rio Moldava do alto da ponte de pedra. No lugar em que caiu no rio, surgiram cinco estrelas brilhantes. Por isso que toda imagem de São João Nepomuceno tem uma auréola de cinco estrelas. Depois disso, São João Nepomuceno tornou-se o guardião das pontes. Diz a lenda que se você for a Praga e colocar a mão na imagem de São João Nepomuceno sendo jogado ao rio significa que você voltará outras vezes à bela cidade.

À noite, ficamos pelo hostel mesmo bebendo um bom vinho. Para quem curte uma balada, a danceteria Karlovy Lazne é a mais famosa da cidade. Ela fica bem próxima a Charles Brigde e ocupa quatro andares de um prédio. Em cada um dos andares, a danceteria se reinventa, com um estilo completamente diferente do de baixo, variando do hip-hop ao electro. Não saímos de casa nesse dia porque estava extremamente frio, chegando a -21ºC.

Terceiro dia em Praga


No terceiro dia fomos conhecer o maior castelo antigo do mundo, de acordo com o Guinness WorldRecords, que se eleva acima da cidade. Oferece belas vistas. Ao contrário de outros castelos europeus, construídos como destino de férias e descanso dos aristocratas e nobres, o de Praga sempre foi, desde o século IX, um lugar de poder. Você também pode assistir a Guarda Presidencial, e a troca da guarda de plantão.

Guarda do Castelo de Praga

Também no local está a Catedral de São Vito, com sua torre de vigia. A entrada para a Catedral de São Vito é livre. Uma visita a Catedral é uma viagem de mil anos de história. No seu interior está a Capela de S. Venceslau ricamente decorada com pedras preciosas. Símbolo da cidade, a Catedral de S. Vito começou a ser construída em 1344 e foi concluída durante o séc. XIX e XX. Alberga ainda as jóias da Coroa Checa e o Túmulo do Rei Venceslau.

Catedral de São Vito dentro do Castelo de Praga

Do castelo é possível ver os belos telhados vermelhos do Bairro Pequeno. No inverno, a vista é de neves brancas cobrindo os telhados do bairro.

Quarto dia em Praga


Fomos conhecer o muro de John Lennon. Um belo muro com pinturas referentes ao cantor. E aproveitamos para passear pelo outro lado da cidade, atravessando a ponte, conhecida como a cidade pequena.

Muro de John Lennon

Voltamos e fomos mais uma vez a cidade antiga e estava começando o Carnaval da cidade, com bandas de músicas, muito colorido e muita fantasia.


Também experimentamos o famoso pão doce Trdlo, que você encontra em barraquinhas de madeira, bem típicas, em todas as esquinas da cidade. O Trdlo é uma massa de pão dourada misturada com açúcar e canela.

Pão Doce Trdlo


No dia seguinte cedo, seguimos de eurolines para Viena, capital da Áustria