segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Centro de Arte Contemporânea Inhotim - Brumadinho



A minha dica de passeio de hoje não é uma cidade, mas é quase isso. É simplesmente o maior centro de arte contemporânea a céu aberto do mundo!!! Um museu recheado de cultura e diversão e cercado por um majestoso jardim botânico. O Instituto Inhotim abriga 22 pavilhões e galerias, com mais de 500 obras de mais de 100 artistas de 30 países (ufa!): instalações, esculturas, desenhos, fotos e vídeos que chocam, encantam e estimulam a participação do visitante. Ele está localizado na cidade de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte.

Eu conheci o museu em uma excursão propiciada pelo meu estágio na assessoria da Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos da UFJF. Saímos de madrugada de Juiz de Fora e gastamos cerca de 3h para chegar ao Museu. Ficamos o dia todo no local e foi ótimo.

O interessante de Inhotim é que a reação das pessoas é sempre a mesma, de DESLUMBRE. Impossível não ficar maravilhado com as belezas naturais do lugar e com as incríveis obras que te instigam a interagir com elas.

No museu, há as exposições permanentes e as temporárias, além de um Jardim Botânico. Como faz menos de um ano que fui lá, as exposições temporárias ainda são as mesma, pois elas são trocadas a cada dois anos.

Neste post, narro a minha visita ao museu, o que eu vi e senti nesse encantador lugar.




A primeira coisa a se fazer ao entrar em Inhotim é pegar um mapa. Para conhecer todo o museu são necessários, no mínimo, dois dias inteiros. São muitas exposições e, se você não tiver dois dias disponíveis, o mapa te ajudará a priorizar o que você deseja ver e agilizar a visita, podendo assim conhecer mais coisas em menos tempo.

Como eu disse antes, são muitas obras e o acervo é enorme, então, vou destacar as exposições que me chamaram mais a atenção, começando com o ...

True Rouge, de Tunga, 2007


Na obra, Tunga mistura redes, madeira, vidro soprado, pérolas de vidro, tinta vermelha, esponjas do mar, bolas de sinuca, escovas limpa-garrafa, feltro e bolas de cristal, que pendem do teto, unidos por estruturas interdependentes. Esses objetos aludem a um grande teatro de marionetes: uma escultura de manipulação, que, se valendo da gravidade, não chega, contanto, a tocar o chão. Tunga tenta ultrapassar os limites entre ciência e fantasia.

True Rouge


By Means of a Sudden Intuitive Realization, Olafur Eliasson, 1967-1996


A obra consiste em um iglu de fibra de vidro, água, iluminação estroboscópica, bomba d’água e plástico. Elemento comum na paisagem islandesa, o iglu é utilizado para cobrir as muitas nascentes de água quente que constituem a maior fonte de energia natural na ilha nórdica. Mas, em vez de uma nascente, o artista nos apresenta um jogo simples de luz e água, no qual, iluminada por emissões rápidas de luz, a água jorra continuamente surgindo diante de nossos olhos como gotas de cristal suspensas no ar. Este efeito do tempo, inerte por uma fração de segundo, é algo que acontece em nossa percepção e imaginação. Um aviso: se você tem problemas de claustrofobia, não entre!


Exterior do "iglu"

"Nascente"


Gui Tuo Bei, Zhang Huan, 2001


Na cultura chinesa, monumentos monolíticos carregados por uma tartaruga são comuns em lugares sagrados e espaços públicos, servindo como fonte de contextualização histórica do local e simbolizando poder político ou religioso. A tartaruga representa longevidaderesistência e solidez, daí sua presença em tais monumentos. 

Gui Tuo Bei

Bem, essas foram as exposições que mais me chamaram a atenção nesse primeiro momento. Depois, chegou a hora do almoço e reunimos todo o grupo para fazer um piquenique na entrada do museu. Há também a opção de almoçar em um dos três restaurantes internos. São o Tamboril, Oiticica e o Bar do Ganso, com opções de a la carte ou a quilo.

Nesse intervalo, aproveitamos também para trocar de roupa, pois estávamos de calça jeans em um intenso calor.


Troca-Troca, Jarbas Lopes, 2002


Essa exposição é uma graça. São três fuscas coloridos, com latarias permutadas entre si. Um sistema de som interliga os três carros. Os fuscas encontram-se ocasionalmente parados, mas prontos para dar partida em seus motores. Eles já chegaram a ir do Rio de Janeiro à Curitiba. As viagens, o compartilhamento de experiências, o movimento estão em constante evidência no trabalho de Jarbas Lopes.


Troca-troca


Forty Part Motet, Janet Cardiff, 2001


É uma instalação sonora em 40 canais, com duração de 14’7’’, cantada pelo coro da catedral de Salisbury. É uma experiência indescritível essa obra. Chega a ser tocante, despertando em nós sentimentos que nem sabíamos que estávamos sentindo.  Na instalação, a artista usa um alto-falante para cada voz, o que permite ao espectador ouvir as diferentes vozes e perceber as diferentes combinações e harmonias à medida que percorre a instalação.

Forty Part Motet

  

Rodoviária de Brumadinho, John Ahearn e Rigoberto Torre, 2005


Nessa obra é usado tinta automotiva sobre fibra de vidro.  O mural escultório representa a estação rodoviária de Brumadinho e as pessoas que passam por ela. Um lugar que é, não apenas um terminal de transporte, mas também centro de vida social, pois nele se apresentam grupos de danças populares

Rodoviária de Brumadinho


Também fomos em uma exposição muito divertida, só que não lembro o nome e a explicação. Mas é composta por um colchão com muitas bolas onde é possível o visitante brincar e se divertir pulando no colchão.

Para finalizar a visita, fomos convidados a fazer a nossa arte/pintura para deixar exposta no mural. Olha a minha obra prima contemporânea (risos):



Enfim, são muitas obras fantásticas. As que expus aqui são apenas as que me lembrei de fotografar. Mas há muitas outras as quais eu me maravilhei.

O museu funciona de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30 (ou seja, fecha cedo). Nos sábados, domingos e feriados, o horário de funcionamento se estende até às 17h30. Na segunda-feira, o local fica fechado. Para entrar, de quarta a quinta-feira a taxa é de R$ 20,00. De sexta a domingo e nos feriados, é preciso pagar R$ 30,00. Na terça-feira a entrada é gratuita. Crianças menores de 5 anos não pagam em nenhum dia. Há no parque carrinhos elétricos para transporte interno, que custam R$ 20,00. Mas a graça está em encaminhar entre as árvores e a natureza desse grande parque/museu.


Vale a pena conhecer Inhotim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário