terça-feira, 25 de outubro de 2011

Trinta minutos na praça


Um senhor, sentado com sua boina e seu cachecol, admira a árvore ao seu lado, sempre se distraindo quando alguém passa à sua frente. Seu olhar acompanha o caminhar das pessoas, até que estas saiam do seu ângulo de visão. Muitos, muitos, muitos pombos se aglomeram. Seria uma bela e tranquila paisagem se não fosse o barulho dos carros a acelerar o tempo todo nos dois sinais que rodeiam a praça.

Um homem passa bravo ao telemóvel. Algo não saiu como ele planejara. O barulho do avião que passa já iniciando sua decida para o aeroporto. E o senhor continua, estagnado, admirando a mesma árvore. Ao ouvir o som dos passos de outra pessoa, o senhor move o rosto para acompanhá-la em seu trajeto.

Um gajo quer saber como faz para enviar uma carta. Ele para raparigas que passam à sua frente para pedir informação. E o senhor, agora, olha o seu relógio e se esquece da sua árvore. Resolveu observar o que se passa pela praça.

Acaba de passar um homem muito baixinho. Caramba, ele realmente é muito baixinho. As pessoas que passam estranham a minha presença com um computador no local. Elas me olham com um ar de questionamento e seguem.

Acaba de passar uma rapariga com um ar anos 80, estilo hippie. Ihhh…. Ah uma discussão mais à frente. Um grupo de jovens se desentendem e um senhor intervem para separar a briga. O que será que houve? O senhor aproxima os brigões para que eles se entendam, mas acho que isso não está a acontecer. Os gajos parecem exaltados e falam alto. Um puxa o outro pela blusa e seguram-se pelo pescoço gesticulando muito ao mesmo tempo. O homem desiste de intervir na confusão e se afasta. Parece que os gajos se entenderam, apesar de discutirem exaltados. Um dos rapazes sai e volta o tempo todo.

O senhor da árvore levanta-se e vai embora. Um outro senhor joga milho aos pombos aglomerados. Enquanto isso, um terceiro senhor tira fotos dos pombos alegres comendo e pousando nas mãos do senhor com os milhos. Agora, os senhores se cumprimentam e iniciam um diálogo.

Os carros continuam passando apressados e buzinando. Os gajos brigões parecem calmos agora. Um deles foi embora.

Está ventando frio. Mas é gostoso ouvir o barulho dos galhos das árvores se balaçando.

Dois homens se encontram e se abraçam saudosos. Um está com uma lata de cerveja nas mãos. Eles parecem procurar por alguém. O senhor dos milhos volta a alimentar os pombos. Parece que agora acabaram os milhos. E ele vai embora. Agora é minha vez de ir embora. Bye!

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