quinta-feira, 17 de junho de 2010

Alojamento x Apoio Estudantil




De acordo com o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Henrique Duque, dentro de um ano, a Universidade contará com alojamentos para estudantes vindos de outras cidades. As obras devem contemplar aproximadamente 200 alunos. A moradia está sendo construída a 500 metros da entrada Norte da UFJF, na rua João Lourenço Kelmer, próximo à Igreja Nossa Senhora de Fátima, em área de 2 mil metros quadrados.

A iniciativa, em princípio, é positiva. Contudo, quando os alojamentos estiverem prontos para serem utilizados pelos alunos, o Apoio Estudantil relativo à moradia será cancelado. A questão é: o que acontecerá com os alunos que recebem o benefício atualmente? Eles terão que se mudar para o alojamento para poderem continuar estudando?Acredito que para muitos essa não será uma boa alternativa. No alojamento o aluno irá dividir quarto, banheiro e cozinha com outras pessoas que nem conhece. Com o dinheiro do apoio é possível dividir um apartamento com amigos, o próprio aluno é quem escolhe com quem quer morar. Outro fator importante é a privacidade que se perde.

O apoio já é um benefício adquirido pela instituição. O dinheiro gasto é um dinheiro a parte, vindo do Governo Federal. Para a construção dos alojamentos será necessária a utilização de uma verba maior que poderia ser aplicada em outros setores da universidade.

A construção do alojamento pode parecer ser mais econômico em longo prazo. No entanto, será necessária a contratação de mais funcionários e vigilantes. E ele só beneficiará 200 estudantes, um número muito pequeno, sendo que o atual Apoio Estudantil Moradia é ilimitado, ele atende todos que comprovem necessitar de ajuda financeira.

Nesse momento de expansão da Universidade, no qual o número de alunos aumentará cada vez mais com o aumento do número de cursos e a adesão ao Reuni, não se pode restringir importante ajuda a 200 alunos. Esse é o número atual de beneficiados do Apoio Estudantil Moradia. Com a ampliação da UFJF mais alunos oriundos de outras cidades terão necessidade de auxílio para sua sobrevivência em Juiz de Fora.

A obra é fruto da pressão feita pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) para que todos os alunos fossem beneficiados. Mas tal objetivo é utópico. O DCE, ao invés de conseguir que um maior número de universitários fossem beneficiados, conseguiu que esse número fosse limitado e reduzido. Essas lutas sindicais deveriam ter maior diálogo com os estudantes, não simplesmente tomar decisões sem se informarem das conseqüências de suas reivindicações e sem saber se essa é a opinião da maioria. Eles deveriam ser porta-voz das classe e não somente oposição.

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